Eu imagino uma cena uma imagem uma foto.
Eu vejo um rosto eu vejo um passo eu lembro um amor uma dor um sorriso. De perto eu vejo um olhar triste, um cabelo bagunçado, uma força um sonho, uma inocência.
Pela rua caminhos e sentimentos derramados pétalas jogadas sentimentos perdidos, luzes apagadas, estrelas radiantes e futuro distante, laços se desfazendo de um pano tão transparente e tão sujo, sapato de salto vestido rasgado, amassado bem costurado mais mal conservado. Cumprido demais pra paciência de pernas tão curtas. Longo demais para uma historia tão pequena.
Um vento passava sobre as mãos frias, um toque tão suave e tão perdido, pelos dedos se quebrava os seus sonhos, se passava os seus medos, perdia os seus pedidos.
Seu olhar era focado era distraído enxergava o mundo mais ninguém a enxergava, usava um par de cílios postiço um batom vermelho. Era o rosto da vida, ela derretia o mundo quando sorria mais não convencia ninguém quando falava.
Derramava elogios mais desperdiçava criticas, se arrumava mais não se perfumava, era perfeita e infeliz.
Seus ouvidos eram de ouro, seus brincos eram de mentira. Usava relógio mais não sabia entender a sua hora. Pagava caro por não entender o seu rumo, Caminhava apressada demais e não sabia a onde ia chegar.
Eu vejo a imagem de uma menina desapegada do mundo, tão sem amor e tão sem esperança. Tão bonita e tão perfeita... Ela carregava uma bolsa e um sonho. Ela tinha documentos e nome. Tinha sentimentos e tinha idade. Tinha uma vida perfeita e um pedaço de papel onde anotava todos os nomes daqueles que se passaram e se faziam inesquecíveis em sua vida.
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